sábado, 13 de setembro de 2008

a lua encheu novamente

A janela ainda aberta faz entrar o luar. espreito e vejo outra vez uma lua cheia e luminosa. Como me lembro dessa lua cheia de Moçambique, nesse céu onde mesmo a lua cheia não esconde todas as estrelas, como aqui.
Vejo o que está à minha frente, lá fora e cá dentro. Os prédios, os livros, o espaço. E sinto ainda um olhar de estranheza, Parece-me que ainda não cheguei completamente a esta casa que é a minha. Tudo me parece sem horizonte e sem ritmo. É estranho acordar já com o dia nascido. Faltam-me as árvores e o ar fresco a entrar pela janela do carro logo pela manhã. Faltam-me as pessoas, os pensamentos e projectos, o assistir diariamente ao crescimento de algo.
Agora que olho por um tempo a lua, sei que está também cheia sobre Manjacaze e Macasselane, sobre a casa dos meus amigos, de uma nova família, num sentido afectivo e bondoso. Sei que o telhado da nossa nova construção brilha com a luz do luar.

Fico então à espera que o resto de mim vá chegando.
Talvez uma parte não volte, como esperança de regressar.
Lá onde fiquei, mesmo depois de vir.

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